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Cerca urbana

Igreja Santa Maria, Serpa

Igreja de Salvador

Convento de S. Francisco

Igreja Matriz Brinches

Igreja Matriz Vila Nova S. Bento

Igreja Matriz de Vale de Vargo

Igreja Matriz de Vila Verde Ficalho

Torre Sineira de Pias











 






























 

 
Concelho >Património > Monumental

Serpa, terra fronteiriça de conflitos frequentes, era, às vésperas da "Reconquista", um povoado fortificado importante, dominando férteis terras de cultivo. A velha muralha, implantada no cume de uma pequena elevação, delimitava uma área com cerca de 21000 m2. Nos finais do século XIII, D. Dinis, num esforço de reorganização cristã do Alentejo, refunda a vila muçulmana e manda construir de raiz o alcácer e uma imponente Cerca urbana com 65000 m2.
É bem possível que a própria torre sineira da Igreja de Santa Maria, que envolve no seu interior uma estrutura cilíndrica, seja o testemunho vivo da almádena da antiga mesquita.
Sinais do passado islâmico conservam-se ainda nalguns troços de muralha em taipa e em duas torres: a da Horta, parcialmente reaproveitada nas obras do castelo gótico, e a do Relógio, transformada em 1440 em torre relojoeira, ao que se supõe, a terceira mais antiga do país.
A primeira representação iconográfica de Serpa é composta pelos desenhos de Duarte de Armas feitos, por encomenda régia, no início do século XVI. Duarte de Armas fixou a imagem do espaço urbano tardo-medieval registando duas perspectivas de Serpa (da banda de leste e da banda do oeste) e uma planta da fortaleza. Retém-se, assim, a imagem de uma vila contida por dupla cintura de muralhas, a muralha principal e a barbacã, em que poucas são as casas com menos de um piso, o que significa que pertenciam a "fidalgos, cavaleiros e escudeiros e outra gente grossa". A cerca, que evidencia um traçado de tendência reticulada que permanece ainda legível no atual núcleo, surge interrompida por três portas que tomam o nome dos caminhos que delas partiam: Beja, Moura e Sevilha.
Nesse século XVI, a vila de Serpa apresentava-se como centro urbano de certa importância no contexto sub-regional. Na primeira década da centúria, o povoado, com cerca de 500 fogos (2 500 habitantes) já se havia expandido extra-muros, em direção à Igreja de São Salvador, abrindo-se para o efeito a Porta de São Martinho e edificando-se uma ermida sob a mesma evocação.
Dos edifícios criados nesse período, prova do efetivo crescimento do aglomerado, destaca-se, em 1502, a Igreja de São Francisco, feita sob risco do arquitecto Rodrigo Esteves, e o Convento de S. Francisco.
Também nos alvores de Quinhentos, em 1505, é erguido o complexo da Misericórdia, que incluía "igreja pequena, mas notavelmente adornada de talha e ouro, pedra fingida e fino azulejo".
  
Poderão ainda datar dos primeiros anos do século XVI as ermidas de São PedroSão Sebastião, Nossa Senhora de Guadalupe e São Roque, edifícios característicos da interpretação regional da linguagem manuelina.
Nos finais da centúria ergue-se, no lugar de uma capela dedicada a Santo André, a Igreja de Nossa Senhora da Saúde, que reflete a arquitetura do maneirismo pós-tridentino regionalmente implantada. A marcada austeridade exterior contrasta com a sumptuosidade do barroco que se descobre no seu interior, na azulejaria polícroma e no retábulo de talha dourada de 1681-1683.
Sobre o pano Este da muralha medieval, nos últimos anos do século XVI, Francisco de Melo, alcaide-mor de Serpa, manda construir o edifício que dá hoje pelo nome de Palácio Ficalho, construção onde é patente uma grande austeridade e a continuação de soluções maneiristas, depuradas, que caracterizam o designado estilo chão, mas onde se sente o espírito barroco na relação com o tecido urbano.
Para levar água em exclusivo ao palácio foi levantado sobre o mesmo pano da muralha um aqueduto sobre arcada de vão redondo que continua até à extremidade Sul, onde remata numa gigantesca nora apoiada no bocal de um poço.
Depois dos conturbados anos que se seguiram à Restauração, anos de guerra e de consolidação da independência, a vila de Serpa é palco de novo surto construtivo marcado, naturalmente, por preocupações de defesa, mas não só.
No século XVII tem lugar a reconstrução, concebida em solução maneirista, das igrejas de São Salvador e de Santa Maria, edifícios cuja construção remontava ao século XIV, pois há a certeza de já existirem em 1406, mas que conservam dessa época vestígios esparsos.
Construções de raiz deste ciclo tardo-maneirista, a Igreja e Convento de São Paulo foram iniciados nos finais de Seiscentos a expensas do benfeitor Manuel Fialho, um natural da vila que "mandou das Índias de Castela, onde era muito rico, um donativo tão grande para a obra do convento, que se erigiu formoso templo pelo risco da igreja dos Paulistas da Corte, ainda que menos grande e menos sumptuoso". As obras prolongar-se-iam pela centúria seguinte.
Nesse final de século ergueu-se ainda o Calvário, edifício de planta circular e cobertura em cúpula, com pedras irregulares incrustadas nas paredes exteriores, de marcado pendor vernacular, e a Capela de Nossa Senhora dos Remédios, em estilo chã, que possuía "capela-mor cheia toda de agradável e custosa talha dourada".
 
Como resultado da participação de Portugal na Guerra da Sucessão de Espanha, a vila foi tomada em 1707 pelos espanhóis, que se retiraram no ano seguinte não sem antes provocarem grandes danos, sobretudo no castelo e na cerca urbana. Aliás, a explosão da torre de menagem produziu umas belas e surpreendentes ruínas.
Ao contrário do resto do país, a população da vila não aumentou ao longo de Setecentos, talvez devido à excessiva sensibilidade da economia local às flutuações da produção de trigo, que criaram inúmeras situações de crise, sobretudo na segunda metade do século.
Apesar de tudo, a urbe não perdeu importância social. Em 1758 eram registados 5576 habitantes,e via-se ser vila "notável e de avultado crédito" pelas "casas das pessoas de primeira grandeza".
O surto construtivo parece ter esmorecido nesta época e, ao contrário do que aconteceu em outras zonas do país, os danos provocados pelo terramoto de 1775 foram de pouca monta, não obrigando a obras de envergadura. No entanto, poderá datar desta centúria a remodelação da igreja da Misericórdia e da igreja de Santa Maria. Não se pode também esquecer que no final de Setecentos é construída intramuros a igreja de Nossa Senhora do Carmo, conhecida por Santuário, interessante testemunho da arquitectura neoclássica no Baixo Alentejo.
Capelas, igrejas e conventos não faltam, pois, não só na cidade e seus arrabaldes como em toda a dimensão do termo do concelho. Espalhados pelo território encontram-se vários exemplares de arquitetura religiosa popular de feição regional datados do século XVI. Há que referir, assim, a Ermida de Santa Luzia, a cerca de 2 kms de Pias, na estrada para Moura, a Ermida de Santana, que conserva praticamente íntegra a sua estrutura original de inícios de Quinhentos, a Igreja Paroquial de Santa Iria, pequeno templo paroquial que apresenta pinturas murais maneiristas atribuídas a mestres eborenses, a Ermida de São Jorge e a Ermida de Nossa Senhora das Pazes, em Vila Verde de Ficalho, a Capela de Nossa Senhora da Consolação, em Brinches, templo mariano quinhentista remodelado no século XVIII, e a Igreja Matriz de Brinches, construção tardo-medieval onde se destaca um excelente portal maneirista, a Ermida de São Brás, na estrada Serpa-Pulo do Lobo, a Igreja Paroquial de São Sebastião, em Vale de Vargo, edifício manuelino que sofreu obras no século XVII, e, apesar de muito arruinada, a Igreja de Santo Estevão.
Mais tarde, no século XVIII, edifica-se em Vila Nova de S. Bento uma Igreja Matriz, templo barroco reconstruído nos inícios do século XX, e, sobre vestígios de uma igreja manuelina, junto ao cemitério da vila, a também barroca Igreja de São Bento.
A Igreja Matriz de Vila Verde de Ficalho, cuja construção arranca nos finais da centúria de Setecentos, apresenta pontos de contacto estilístico com a igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Serpa,
Não ficaria bem rematar o rol monumental do concelho sem uma menção aos moinhos de corrente do Guadiana, Chança e Enxoé, jóias da arquitetura popular, bem como às ruínas das velhas torres de vigia ou atalaias e à Torre Sineira de Pias, erguida no século XIX, e que pertencia a uma igreja que nunca chegou a ser concluída.
 
 
Património monumental classificado
 
»  Núcleo Intramuros da Cidade de Serpa
Conjunto de Interesse Público (Portaria n.º 574/2011. D.R. n.º 109, Série II de 2011-06-06)

»
  Palácio de Ficalho
Monumento Nacional (Decreto-Lei n.º 6/2007, de 20 de Abril de 2007)

»  
Igreja de São Francisco
Monumento Nacional (Dec. de 16/6/1910; DG. 136, de 23 de Junho de 1910)

»
 Muralhas de Serpa
Monumento Nacional (Dec. n.º 39521; DG. 21, de 30 de Janeiro de 1954)

»
  Ermida de Santa Luzia 
Imóvel de Interesse Público (Dec. n.º 45327, DG. 251, de 25 de Outubro  de 1963)

»
  Igreja de Santa Maria 
Imóvel de Interesse Público (Decreto-Lei n.º 29/84; DR. 145, de 25 de Junho de 1984)

» Ponte sobre a ribeira do Enxoé
Monumento de interesse público (Portaria nº 740-BV/2012. D.R nº248 (suplemento), Série II de 24-12-2012)

» Ermida de Santa Iria
Monumento de Interesse Público (Portaria n.º 174/2017. D. R. n.º 130/2017, Série II de 2017-07-07)
 
Património monumental em vias de classificação
»  Mosteirinho
»  Torre do Relógio
 
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  Ultima actualização em: 16-10-2019 15:00:39